Mario Lincoln De Carlos ETCHEBEHERE; Antonio Roberto SAAD1; Fabio da Costa CASADO; Ivan Claudio GUEDES
Resumo
Sabe-se que o território brasileiro, mercê de sua posição na placa tectônica da América do Sul, apresenta eventos sísmicos de baixa freqüência e pequena magnitude, o que não implica dizer que o País seja infenso a riscos dessa natureza. Tendo em conta este quadro e o fato de a ocupação do interior datar de poucas décadas, há que se buscar no registro geológico, as evidências que permitam estabelecer se ocorreram sismos expressivos, qual o porte desses eventos e quais as áreas afetadas. Isso compete à Paleossismologia, ramo das Geociências que se ocupa do estudo dos terremotos pré-registros instrumentais. O registro geológico, em especial os sedimentos e as rochas sedimentares cenozóicas, pode guardar estruturas que possibilitam análises paleossismológicas, dentre as quais as chamadas estruturas de liquefação ou sismitos correspondentes a intrusões e extrusões de areia e/ou silte. O potencial desse tipo de análise pode ser avaliado com base em informações auferidas no vale do Rio do Peixe, região ocidental paulista, onde o estudo da tipologia, porte e distribuição de diques, sills e vulcões de areia em depósitos de terraços aluviais neoplestocenos possibilitou definir a incidência de 3 grandes sismos na região, entre 34 ka. e 10 ka. AP, todos com magnitude superior a 5,5. O maior evento, designado “BM”, teria alcançado magnitude 6,4, similar às maiores manifestações sísmicas conhecidas em território brasileiro. A abordagem paleossismológica pode ser uma ferramenta muito útil na avaliação de riscos sísmicos no território brasileiro, em especial por ser aplicada a eventos de magnitude mais expressivas, com maior potencial de infligir danos e perdas à Sociedade.
Palavras-chave: Paleossismologia. Estruturas de liquefação. Sismitos. Planalto Ocidental Paulista. Cenozóico.
Terremotos.
Acesse o artigo completo em: http://revistas.ung.br/index.php/geociencias/article/view/100/192
PREHISTORICAL EARTHQUAKES RECORD IN THE WESTERN PORTION OF THE
STATE OF SÃO PAULO, BRAZIL
Abstract:
The Brazilian territory is characterized by a low magnitude and a low frequency seismic activity, due to, mainly, its position in the South-American tectonic plate. In spite of this, our territory is not avoided of seismic risk. The seismic knowledge about Brazil is very poor yet, especially because the interior territorial occupation dates no more than a few decades. Fortunately, strong earthquakes often print geologic impressions in the Cenozoic sedimentary record, and these evidences, herein referred as seismites, might be investigated. The study of this past ground effects from “fossil” earthquakes is pertinent to a branch of the Geosciences know as Paleoseismology. Among the seismites, one can includes features derived from seismic shake liquefaction, that encompasses dykes, sills and sand volcanoes. Their size, type, frequency and distribution provide good clues to define ancient earthquakes, including the meizoseismic zone delimitation and magnitude estimations. This paper presents some example of seismite occurrences in the Rio do Peixe valley, western portion of the State of São Paulo. In that area, the paleoseismologic analysis allowed the definition of three expressive past earthquakes during the period comprising 34 ka. and 10 ka. BP, all of them with magnitudes greater than 5,5. The magnitude of that biggest one has been estimated in 6.4, similar to the greatest historic earthquakes in Brazil. It means, without no doubt, that seismic risks should be evaluated using the paleoseismologic approach, in order to avoid or minimize injuries and economic losses to the Society.
Keywords: Paleoseismology. Liquefaction structures. Seismites. Western São Paulo State Plateau.
Cenozoic. Earthquakes.
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